A realização de estudos ergonômicos da exploração florestal em manejo da caatinga é de suma importância, tendo em vista que os fatores ambientais e humanos influenciam diretamente a saúde do trabalhador e a produtividade. Estes efeitos podem ser minimizados através de adaptações ergonômicas do sistema de trabalho ao ser humano. Nesse contexto, objetivou-se por meio deste estudo, analisar ergonomicamente as atividades componentes da exploração florestal semimecanizada em manejo florestal da Caatinga quanto ao ambiente e as condições de trabalho dos operadores de motosserra. A análise do ambiente de trabalho foi desenvolvida em uma propriedade privada localizada no Município de Governador Dix-Sept Rosado, Rio Grande do Norte, com exploração de lenha para o preparo de estacas e mourões sob Plano de Manejo Florestal Sustentável em vegetação nativa da Caatinga, licenciado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Norte – IDEMA. As variáveis analisadas foram exposição ao ruído, nível de iluminância e conforto térmico, no ambiente externo e suas variações no decorrer da jornada de trabalho da atividade desenvolvida (NBR 5413). A exposição ao ruído foi mensurada por meio da utilização de um dosímetro de ruído e de um decibelímetro. O nível de iluminância do ambiente externo e suas variações foram obtidos com auxílio de um luxímetro. O conforto térmico do ambiente externo o qual o motosserrista estava exposto durante a realização da atividade, foi analisado por meio do Índice de Bulbo Úmico e Termômetro de Globo (IBUTG), medidor de stress térmico. As condições de trabalho dos motosserristas foram avaliadas por meio da aplicação de um questionário semiestruturado. Finalizada a obtenção dos dados, estes foram tabulados e compilados. Com o decibelímetro foi obtida uma média de exposição ao ruído de 74,23 dB, com desvio padrão de 14,90 dB, e coeficiente de variação de 20,08%. Enquanto o dosímetro de ruído registrou uma média de 86,86 dB, desvio padrão de 9,63 dB e Coeficiente de variação de 11,09%. Ambos atendendo a suficiência amostral. Quanto ao nível de iluminância do ambiente externo, obtido com o luxímetro, a média encontrada foi de 33.742,24 lux, com desvio padrão de 17565,47 lux e coeficiente de variação de 52,05%. Para o conforto térmico, a temperatura média obtida com o IBUTG foi de 27,99°C, com desvio padrão de 0,38°C, e coeficiente de variação de 1,37%. Na análise dos fatores humanos, registrou-se que 55,6% dos motosserristas atuantes, possuem treinamento para manuseio de motosserra. Quanto as dificuldades citadas por estes profissionais no que diz respeito a utilização da motosserra, têm-se o peso do equipamento (62,5%), enganchamento (37,5%). Dentre os Equipamentos de Proteção Individual utilizados, foram mencionados: botas, capacete, protetor auricular, óculos, luvas e perneiras. Quanto aos acidentes sofridos durante atividade, 66,7% mencionaram já ter evitado um acidente devido o uso de um EPI. Espera-se que os resultados obtidos neste estudo, possam auxiliar possíveis adaptações da atividade de exploração florestal sustentável na Caatinga, objetivando a segurança e satisfação dos operadores, e consequentemente, elevar a produtividade.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas